A magnífica espécie

O que não cansa de me espantar na nossa espécie é a imensa variedade de maneirismos e a incomensurável diferença de cada pessoa relativamente ao mais próximo, isto quando começamos a atentar nas suas particularidades.

Dirão alguns, eu incluído, que são precisamente essas magníficas particularidades que nos fazem apaixonar por alguém, não empatizar com outrem, adorar os jantares com mais uns quantos e abominar de morte quando tem de se ir visitar este ou aquele.

Talvez tudo, afinal, parta dessas minúsculas partículas individuais e únicas que nos definem a cada um de nós e nos tornam reconhecíveis e inconfundíveis aos olhos dos outros. Mesmo que depois não consigamos expressar por palavras certas o que de facto nos apaixona nessas pessoas e caiamos todos nas vulgares expressões de ?é um tipo muito porreiro? ou ?adoro conversar com ele?.

Enfim, talvez pareça uma simples reflexão com tanto de banal e vago como de filosófico. Mas tem vindo a ser, para mim (se é que ?mim? interessa ou interessará alguma coisa para a história dos homens algum dia) um ponto assente na ordem dos trabalhos de cada dia, com minutos mágicos dedicados à observação atenta, nunca sem um sorriso, dessas preciosas manifestações emocionais e físicas das pessoas, nessa espécie de B.I. subtil e iniludível que me apraz descobrir e registar.
Vá-se lá saber porquê.

O meu psiquiatra diz que eu não ando lá muito bem... mas também com uma perna coxa isso nunca será fácil, certo?

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