Pó, esse malvado

A mais grave ameaça nos dias que correm e a mais perigosa, até pela sua camuflada aparência inofensiva, é o pó.

Ali está ele. Instalado nas nossas casas. Nos nossos carros. Entranhado nos nossos pêlos do nariz. E quem é que se preocupa em eliminá-lo de uma vez por todas!?
Ninguém.
Porque não há qualquer hipótese de o eliminar.

Todos se contentam em apanhá-lo. É por isso que surgiram aqueles panos maravilha, que os agarram nos pêlos mágicos, os prendem na sua malha de filamentos ventosianos e dali não deixam o pó sair.

Mas o pó é um espertalhão. Um grande finório. Um bandido de primeira água. Um vil! Porque ele sempre encontra uma maneira de fugir.

Note-se, por exemplo, nos últimos séculos, e na incrível capacidade reprodutora do pó. Ainda nem há 1000 anos apenas um décimo da população tinha casa, e o pó era então exclusivo e praticamente desconhecido das massas. Mas hoje somos biliões. O pó soube crescer. Modernizar-se. Adaptar-se. E é assim que hoje, com total eficácia, se instala nas casas de todos.
Uma praga!

Passamos a vida a enclausurar o pó em panos, como se fechássemos uma bruxa num espelho. Mas ainda não aprendemos que com o pó não se brinca. Ai não senhor! Basta ver como todos os anos é avassaladora a sua sagacidade, a sua capacidade de conquista, infiltrando-se dominativamente em toda e qualquer frincha deste planeta.

Não me coíbo de afirmar, com total segurança, que o futuro, tal como hoje o prevemos, é total e completamente impossível. Porque o futuro pertence à completa, arrebatadora e estarrecedora ascensão do pó como espécie dominante.

Humanos: cuidem-se!

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