Dilemas

Os dilemas são um stand repleto de estados psicológicos tramados.

O último dilema que me aconteceu ainda hoje tem bem vivas as chagas de um multi-raciocínio esforçado que precisei executar para o exterminar.

Veja-se: ali estava eu, numa manhã qualquer, supra-constipado, e eis senão quando, ao sair de casa, vejo que nem tudo me cabe na sacola.

"MISÉRIA!"

E porquê "miséria!"? Quais eram então as opções?...
Poucas, muito poucas... Tão poucas que ao fim de escassos segundos percebi não me restarem grandes alternativas. Ou deixava para trás vários volumes pequenos, ou resolvia tudo ao deixar para trás um grande volume; o grande volume era nem mais nem menos que o livro que estou a ler.

Senti o que sente um general a comandar as suas tropas e o destino dos seus homens. A opção era: ou deixava ficar em casa o livro do W. G. Sebald ou 5 pacotes de lenços de papel Renova.
Parece incrível.
Mas sim.
Isto foi um dilema.
E pior.
Eu optei pelos lenços de papel!

Eu quero acreditar que tal decisão se deveu ao pânico. Ou então à razão de não querer arriscar e poder vir a encher de gosma ranhenta as páginas de um livro tão bom. Mas na realidade acho que foi, simplesmente, mais um sinal da mãe natureza a acenar e dizer-me como somos, ainda, tão infantilmente primários.

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