Conflito de Gerações

Muitos de nós ainda se lembram do tema quando era abordado nas escolas, em tom paternal, nalguns casos só para encher umas quantas horas de inglês ou francês. Havia ali uma espécie de reconforto por parte da Escola e do Ensino, como se ao introduzir o tema quisessem parecer aos nossos olhos uns tipos fixes, que nos percebiam o que nos ia na alma.

Conflito de gerações, aquilo?
Poucos previam o que aí vinha...


Ainda seres imberbes, nós, os tipos da Geração Y, vimos nascer os Spectruns e os Amiga. Vimos ao mesmo tempo surgirem os tijolos dos telemóveis. A Web. Os bippers. Depois os cartões pré-pagos e a explosão dos telemóveis de bolso e as SMS. Os chats. A televisão por cabo. E sem esquecer o fim das máquinas fotográficas de rolo.

Relembrei-me de tudo isto ao ver estes dois vídeos.
Se puderem perder os minutos que eles merecem, continuamos a conversa mais abaixo:





O que muitos de nós não suspeitávamos era que, ao passar por todas estas fases, nos estávamos a transformar na geração de Tradução, os beta testers, os de transição e os únicos que conseguirão verdadeiramente fazer a ponte entre o antes e o depois, esses que ao que parece chamam de Millennials e lá para 2016 estão aí em força.

Mas sobretudo ao ver o primeiro vídeo, dou-me conta de quão enorme é o desfasamento, no mercado de trabalho, entre quem nos emprega e o que considera que valorizamos. De facto, há tanta gente que não percebe mesmo...

Não se trata de nenhum conflito de gerações. Não há conflito porque não há choque porque nenhum dos lados se encontra face a face. Em muitos casos, estão de costas voltadas. Vão para lados opostos. Não procuramos vencer o outro. Nem nos damos a esse trabalho. Porque simplesmente seguimos caminho.

As nossas motivações são outras. O tempo que vivemos e as mudanças que nos afectaram o código genético, a nossa formação, estão bem vivas. Eramos putos. Depois adolescentes. De modo algum podíamos portanto ter escapado incólumes a essa influência.

E para muitos das gerações anteriores e que acumularam experiência nas áreas da Imprensa, Tv ou Rádio, a web é um terreno ora fascinante, ora assustador, ora curioso, ora caricato... Mas para nós não. Para nós nem é assustador nem é fascinante. Para nós, ela simplesmente é.

E é precisamente isto que tanta gente não percebe.
Outros sim. E é com esses que melhor nos damos. Tenham eles 80 anos, 50 ou 40. Não há qualquer conflito de gerações. Apenas partilha. Essa palavra mágica que tantas editoras discográficas ainda teimam em não compreender...

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