O NHACK

( para a I. )

Dizem que atropelar gatos ou sapos na estrada dá azar. Eu acredito. Sobretudo para os próprios gatos e sapos. Mas há outro animal ainda mais azarado. E não falo aqui desse tipo com sinal verrugoso na bochecha e que aparece em todas as fotos onde há uma camisola do F.C. Porto. Falo mesmo do Nhack.

O Nhack é um animal extremamente curioso, apenas existente nalgumas estepes da Islândia (esse país quente, seco e tropical, onde podemos fazer ski na areia e usar gravatas sem nó - para além de ser o único país no mundo onde não é necessário ter dentes de ouro para afirmar fortuna).

Ora toda a gente sabe que uma das maiores injustiças nesta terra é o Nhack não ser a mascote oficial da Islândia. Essa honra pertence, desde inícios da década de 50, a um outro animal, porventura muito menos distinto e portentoso. Falo, pois claro, do Nheck.

Mas é de facto ao Nhack que a Islândia deve muito do que é hoje. Ou não tivesse sido o Nhack, por exemplo, o primeiro animal a ter um da sua espécie a treinar uma equipa de futebol na Ásia.

O Nhack é ainda facilmente identificável por ser um bicho que usa sempre alfinete de gravata. Tem um caminhar parvo e tosco, é verdade, mas é também óptimo quando caçado no Outono e servido assado com batatinhas e grelos; não deve, contudo, ser acompanhado de vinho Alentejano, por causa da adstringência e da extrema azia que a combinação acarreta.

Para além de todos estes factos curiosíssimos e fascinantes, mesmo para quem nunca viu um Nhack, temos ainda o seu extremo contributo para a saúde pública, uma vez que o convívio diário com o Nhack baixa radicalmente o nível de glicose no sangue, ajuda a baixar tensões altas e previne o aparecimento de cera nos ouvidos.

Não deixem, por isso, de pesquisar sobre este bicho singular, tosco mas igualmente elegante. Se puderem, dêem um pulo anual à Islândia, em Maio, para observarem esse espectáculo único que é o acasalamento entre Nhacks, uma cerimónia onde Nhack-macho e Nhack-fêmea trocam autocolantes do mundial do México 86 e onde no fim ambos terminam a recitar as teorias de Karl Popper, Malebranche e os primeiros grandes êxitos dos Abba.

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DISCUSSION 1 Comment

One Response to : O NHACK

  1. Anónimo says:

    Apenas para referir a minha estada nesta época de acasalamento entre Nhacks, momento único este!

    :)