a rotina...

Eu sou um tipo que gosta da rotina. A rotina conserva. A rotina tranquiliza-nos. Todos os dias acordamos à mesma hora, passamos a sentir fome sempre nas mesmas alturas do dia, tudo está programado para acontecer matemática e mecanicamente em momentos muito precisos do dia.
Podemos relaxar e viver em paz.

No fundo, só temos de nos preocupar uma vez em planear como queremos que sejam os nossos dias, e a partir daí é curtir.
É como se fôssemos o capitão Kirk e nos puséssemos a andar por aí com a Enterprise em velocidade de cruzeiro. Podíamos então recostar-nos na cadeira, com os braços atrás da nuca e desfrutar da vista e do passeio.

O único problema da rotina é quando, um dia, quando era suposto acontecer-nos rotineiramente alguma coisa, tal não acontecer.
Entramos em colapso.

A partir daí o mundo desmorona-se, entramos em Warp 20 e desatamos a ligar a todos os amigos psicólogos e cardiologistas que conhecemos. Do lado de lá, como é lógico, temos essa voz de compreensão e inteiro interesse profissional:

-Então, o que se passa!?

(É aqui que nós podemos descarregar todos os nossos desabafos)

-João, não sei o que tenho... não sei o que se passa comigo!! Por esta hora era suposto a minha bexiga estar aflita, mas não sinto vontade nenhuma.

Do lado de lá, como é lógico, a reacção não se faz esperar:

-Põe-te aqui depressa. Isso é grave!
-Eu sabia! Isto nunca me aconteceu... Eu bem suspeitei quando na terça-feira passada só me veio a fome dez minutos depois do que é habitual!...


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