o fascínio da ciência

Há pessoas com vidas interessantíssimas.Falam-me em actores de cinema, estrelas de rock, gurus religiosos... nada disso! Olhem a malta das ciências! Passam anos enfiados em fórmulas, teorias e esforços sobre-humanos sobre equações e reflexões do arco da velha. E tudo para quê? Para descobrirem durante 12 anos como um creme pode evitar o aparecimento da acne. Para saber como prever a altura exacta da floração das margaridas. Para descobrir de que forma os hamburgueres congelados e os de talho diferem na propagação da E-Coli.

É do caraças.
É preciso ter-lhes respeito.
Eu tenho-lhes respeito.
Sem eles as minhas t-shirts não poderiam ter bonecos engraçados estampados na frente.
Pelo consumismo e egoísmo descobri que gosto muito de ciência.
Cheguei a reflectir sobre uma carreira na ciência, mas desde que descobri que as plantas distinguem quando chove e quando estão a ser regadas... pff... Foi do caraças! Ainda hoje estou a tentar recuperar do choque. Acreditem, por mais difícil que vos possa parecer: nunca mais voltei a arrancar uma plantinha, nem sequer a tirar do canto mais inoportuno aquela erva daninha chata e feia que insiste em crescer mais que a relva e tudo à volta! Porque isto do conhecimento é lixado. Olhem para o Keannu Reeves no Matrix! Deu-lhe para escolher o comprimido vermelho e a partir daí foi o que foi! Para ele e para nós, a aturá-lo como protagonista mais duas vezes.
Lá dizia o meu avô: quem se mete com a ciência mete-se com Deus.
E é mesmo.

Aliás, o melhor é não nos metermos com ninguém.
Eu aprendi isso à minha custa. Ainda hoje, lá no trabalho, a malta toda fala mal do chefe. Eu digo: o chefe nem é assim tão mau. Pelo menos não me bate. Ao contrário da minha professora da primária. Essa dava-me com uma cana de 2 metros na tola que me deixava zonzo. Não sei se era a cana que primava pela rigidez, se era o raio da velha que apesar de passar os 70 ainda fazia culturismo com os sacos carregados de compras do supermercado. A partir das primeiras 'canadas' na cabeça, amochei a bola e passei a ficar mais calado. Aproveitava antes o silêncio e o recolhimento interior obrigatório para outras coisas. Como, por exemplo, para o pensamento científico. O alvo era óbvio e natural: aquela maldita cana! Como é que aquela cana, de dois metros de comprimento, empunhada desde uma ponta pela mão e a cacetar os meus colegas com a outra, não partia!?! Aquela coisa devia ser tratada num verniz à base de cimento! Ou isso ou cá para mim o raio da professora sabia mais de bruxedo do que a verruga dela no canto da boca aparentava...

E com isto lá se passaram quatro anos. A Primária inteira. E ainda hoje não sei como raio aquela cana não partia. Talvez por isso atribua à ciência tanto de científico como de místico. Não sei... é algo que me ultrapassa. Se assim não fosse também não estava aqui a teclar palavras, mas num qualquer fórum a debater sobre a densidade das moléculas ou sobre a volatilidade do hiper-espaço.

Tanta história para dizer apenas isto:
-este alto na carola não é nem corno nem marca de nascença, meus! É mesmo de quem apanhou porrada na escola.

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