Video-Vigilância e Direitos dos Cidadãos

Esta semana de manhã ouvi na rádio (TSF ou RCP, não recordo) um dos senhores responsáveis pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) falar sobre o facto de cada vez haver mais escolas a pedirem video-vigilância, não só nas entradas e saídas das escolas, mas também para salas de aula, por causa de casos de violência e roubo por parte quer de pessoas externas à escola, como internos (alunos, funcionários, etc.).

Ora disse o dito senhor que isto era um tema delicado e que se para os exteriores da escola tal não apresentava celeuma, já deixarem colocar câmaras nas salas de aula, nem pensar! A liberdade em primeiro lugar! Contudo, deu como brilhante exemplo o caso do Instituto Superior Técnico. Aí, dizia ele, tiveram que abrir uma expcepção. É que disseram os senhores do Técnico que nalgumas salas tinham equipamento de elevadíssimo valor e que era urgente vigiar.

Ora e o que disse o dito senhor da CNPD?
Adivinharam: pesando os factores lá tiveram que ceder e deixar colocar as câmaras de video-vigilância. Afinal, eram equipamentos caríssimos...

Conclusão:
Caros pais, afinal, temos solução:
01. comprarmos equipamentos caríssimos e colocar-mo-los dentro das salas de aula
02. escrever ao CNPD, alegando que temos nas salas da nossa escola equipamento humano de elevadíssimo valor - cerca de 30 cabeças por sala a cerca de 1 milhão de euros a cabeça = 30 milhões de euros por sala. Assim, já poderemos colocar as ditas câmaras. Afinal, são equipamentos caríssimos e que não desvalorizam!

Enfim, o que aqui alego nesta paródia não é que a liberdade de professores e alunos não esteja em primeiro lugar, antes o raciocínio a meu ver bacoco quando o valor material suplanta o humano: "Se na sala estão máquinas de 100 mil contos, tudo bem, ponham as câmaras!".

Os problemas de roubo e violência nas salas de aula não se resolvem com câmaras, mas optar por deixar colocá-las com base na existência ou não de equipamentos informáticos tendo esses maior peso decisivo do que o valor humano é, para mim, no mínimo triste...

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