Buzz

Uma das coisas de que gosto neste vinho é a sua coerência.
A começar pelo nome, passando os olhos pelo rótulo e, depois, saboreando-o.
É um vinho, este sim, jovem, mas já com pernas para andar pelo mundo. Bem desenvolvido, mas definitivamente aquém do corpo dos grandes vinhos cuja sapiência lhes granjeia elogios babados.

É pois um vinho que se diz "TAKÁ" e não se sabe porquê - aliás, era de esperar que no-lo fosse explicado no rótulo, mas este rótulo não o odiz porque em vez da tradicional história e descrição em prosa temos em tópicos tudo o que precisamos saber.

Mais uma vez: coerência.
Um vinho jovem não é de grandes textos. E aqui, como se pode ver em cima, está bem sintetizado tudo o que precisamos saber. E até dá para retirarmos uma parte do rótulo para memória futura. Simpático.


Quanto à parte do saborear, é também aqui um vinho muito diferente da média, que ambiciona um equilíbrio e uma macieza capazes de convencer. este TAKÁ, contudo, preocupa-se mais em mostrar-se como é, jovem, vivo, picante. De facto, na língua, pequenas picadas dão-lhe um toque muito distinto, e os aromas leves e frescos reforçam este seu lado latino, de quem não teve paciência para esperar muito nas barricas e logo pulou fora, mais interessado em vir acompanhar queijos ou pratos mediterrânicos.



É pena o preço, a rondar os €5, ser a meu ver um nada acima do ideal. Paga-se portanto a diferença. E um vinho que ambiciona chegar a um público diferente (e tem argumentos para isso), precisaria talvez descer um pouco abaixo do pequeno pedestal.

De qualquer forma, recomenda-se para experimentar.